A marcha é o andamento natural de média velocidade no qual o animal não perde o contato com solo durante a passada. Ela está situada entre o trote e a andadura.
A marcha clássica é o andamento que apresenta oito apoios em uma passada completa, sendo quatro apoios triplos, intercalados sucessivamente por apoios diagonais e laterais.
Se considerarmos que o animal quadrúpede pode apresentar 15 tipos de apoios diferentes e uma suspensão completa (ausência total de apoios), vemos que as marchas podem ter inúmeras variedades, com a combinação desses 15 apoios agrupados em 4,5,6, 7 e 8 tipos de apoios, durante uma passada completa.
Os tipos de apoio possíveis dos eqüídeos são:
– 4 apoios triplos, sendo dois com os anteriores apoiados e dois com os posteriores apoiados.
– 2 apoios diagonais.
– 2 apoios laterais.
– 4 apoios simples (monopedais).
– 1 apoio duplo de anteriores.
– 1 apoio duplo de posteriores.
– 1 apoio quádruplo.
Desta forma, as marchas podem ser completas quando apresentam a seqüência típica e natural de 8 apoios sendo 4 apoios triplos, intercalados por apoios diagonais(2) e laterais(2).
As demais marchas são consideradas incompletas porque podem ter apoios triplos, substituídos por outros tipos indesejáveis à marcha completa (monos duplos e quádruplos). Isto acontece tanto nos tipos de marcha de apoios diagonais predominantes como, também, em marchas de apoios laterais predominantes, como as marchas picadas desequilibradas (guinilhas).

Marcha trotada: Observar o sincronismo perfeito na movimentação dos bípedes diagonais. Os tempos de suspensão, necessários para as trocas dos apoios bipedais diagonais, são mínimos. Ao contrário, no trote convencional, estes tempos de suspensão dos quatro cascos no ar são bem definidos. nas marchas trotadas mais cômodas, os tempos de suspensão são substituídos por tempos de apoios monopedais ou quadrupedais.

Trote. Nota-se um sincronismo perfeito no deslocamento dos bípedes diagonais, com momentos de suspensão dos quatro cascos, facilmente identificados a olho nú. Simultaneamente aos impactos dos cascos no solo, o cavaleiro sente um forte atrito vertical. O trote é um andamento perfeitamente simétrico na mecânica de locomoção.

Marcha batida: Existe um maior predomínio nos tempos de movimentação dos bípedes diagonais (elevação, avanço e apoio) em relação aos tempos de movimentação dos bípedes laterais, a dissociação entre o anterior esquerdo, na metade da fase de avanço, e o posterior direito, ao final da fase de elevação. Quanto mais cômoda for a marcha batida, maior tende a ser a dissociação entre os membros diagonais, resguardando-se condições favoráveis de aprumos, treinamento e equitação.

Marcha Picada: O mecanismo é o inverso àquele descrito anteriormente para a marcha batida. Notar que o posterior direito acaba de tocar o solo, sendo seguido pelo anterior direito. Voltando um pouco, seria visualizado um nítido apoio lateral. Quanto maior for a lateralidade, mais próximo o animal estará da andadura, que é um andamento indesejável, de sincronismo perfeito entre a movimentação dos bípedes laterais, provocando sobre o assento do cavaleiro diversos tipos de abalos, ou atritos: verticais, laterais e longitudinais.

Marcha de Intermediária – É definida pela nítida dissociação na movimentação dos bípedes diagonais e laterais, dificultando a identificação de um bípede dominante. É uma marcha intermediária, justamente por estar situada em um ponto central, entre a marcha picada e a marcha batida, mantendo uma equidistância dos extremos da andadura e do trote. A marcha de centro é a modalidade que melhor exprime a alternância de deslocamentos na dinâmica de movimentação dos autênticos marchadores. Na verdade a marcha de centro nada mais é do que o passo em velocidade rápida. A sequência e tipos de apoios são idênticos.

    FONTE: http://www.harasgarden.com.br/andamentos.html